“Quem eu sou?” e suas nuances no desenvolvimento pessoal

Acredito que todo ser humano em algum momento da vida já tenha questionado “quem eu sou?” e “o que estou fazendo aqui?”. Se você nunca passou por isso ou você é muito jovem ou você ignorou a pergunta se formando em seu íntimo. Ou então você sempre acertou nas escolhas e ações que tomou e esse texto pode não ser o melhor para você.

O sentido da vida é um tema inerente a todos os seres humanos. Repare que quando chegam a certa idade todas as crianças simplesmente começam a procurar sentido na vida e na ordem das coisas com uma simples pergunta: “Por quê?”.

Às crianças interessa compreender a lógica que rege o mundo do qual fazem parte. Os adultos que se virem com as respostas! Mas e se ao invés de “dar um jeito” na resposta eu fosse sincera e verdadeira? Como seria se eu destrinchasse minhas próprias inquietações ao invés de me contentar com as respostas prontas que vem dos outros?

É sobre o processo de desenvolvimento pessoal e algumas de suas variações que desejo falar hoje. Ao longo do texto abordarei a vida linear que vivemos, a visualização da falta de significado dela, situações que contribuem para virar nossa chave interna, como e onde podemos procurar ajuda e a construção gradual de uma nova realidade entre altos e baixos. A vida não é feita apenas de fases boas. A vida é uma experiência.

A fase que precede o descontentamento

Na maioria das vezes somos condicionados a viver a vida no piloto automático. Paramos para pensar a respeito de “quem eu sou, o que quero e como me relaciono com quem convivo?” apenas quando alguma situação se apresenta praticamente exigindo isso de nós.

É a vida que aprendemos ou nos acostumamos a viver. Frequentemente não paramos nem dois minutos para sentar, fechar os olhos e nos concentrar unicamente na nossa respiração e no que o nosso corpo sente. Muito menos perceber nossas emoções e os motivos delas.

Fomos criados para viver assim. A cultura na qual nascemos muitas vezes não incentiva um contato corporal e emocional estreito entre pais e filhos. Não incentiva no sentido de que isso seja dito e expressado fisicamente.

Teus pais costumavam te abraçar na infância? Você via teus pais e avós se abraçando? Você via ou ouvia eles dizendo que se amam? Ou você presenciou certa rigidez e desentendimentos nos quais cada um expressava a necessidade de provar seu ponto de vista?

Você já ouviu a frase “é melhor ser feliz do que ter razão” e pensou sobre seu significado? Não podemos dar o que não recebemos. Não podemos dar o que não temos ou não desenvolvemos dentro de nós.

Quando a vida deixa de ter sentido e me pergunto quem eu sou

Há momentos em que a vida fica totalmente sem sentido. Em que nos damos conta de que agir segundo manda a cartilha não nos faz felizes. E então passamos a procurar significado. Começamos a procurar “quem eu sou” em meio a tudo que vivemos.

Às vezes começamos nossa busca por causa de uma doença física que se manifestou em nosso corpo. Outras vezes porque vemos doenças graves e súbitas acometer nossos parentes e amigos. Há momentos onde não enxergamos sentido numa vida onde pessoas jovens morrem de uma hora para outra.

Nessas situações percebemos que não podemos trilhar o caminho do outro, vencer as batalhas pelo outro. Mas podemos descobrir, trilhar e viver nosso caminho por nós mesmos. Então percebemos que por piores que sejam as situações sempre podemos aprender algo com elas. Basta nos abrir para o novo.

E nos abrir para o novo não é fácil, especialmente quando estamos focados em seguir a marcha. Até que percebemos que já estamos tão acostumados a andar que nem sabemos mais para onde vamos e se faz sentido continuar. E é então que a chave pode virar e eu posso escolher mudar.

Quando eu escolho dar um sentido para minha vida

A partir do momento em que eu me conscientizo que a vida que vivo não tem sentido, que não sei quem eu sou e muito menos para onde quero ir eu posso mudar. Quando a única certeza é a de que eu não quero mais continuar assim tenho combustível suficiente para procurar ajuda.

E a ajuda à qual eu me refiro é profissional e pode estar nos mais diversos lugares. Em um atendimento psicológico ou psiquiátrico, em um atendimento holístico com terapias alternativas como psicoterapia reencarnacionista, reiki, barras de access, astrologia, numerologia, desenho humano.

Sinta o que você precisa no momento. Experimente e perceba o que tem afinidade contigo e te faz melhorar. Observe como teu corpo reage. Pergunte ao teu corpo e constate o que te faz bem. Unir terapias tradicionais e alternativas pode ser uma saída. É você que sabe e sente o que faz sentido para você no momento.

Quando eu me refiro às terapias que tratam mente, emoções e corpo não estou falando de extremos. Pacientes em situações graves precisam receber orientação e tratamento profissional. Aqui eu me reporto àqueles que vivem dentro do que é considerado normal em nossa sociedade e ainda assim consideram-se infelizes ou sentem que a vida pode ser mais.

Para quem vive uma vida normal e é infeliz vivendo “sonhos que muitos gostariam de viver” eu digo que a vida com sentido é possível. Digo que procurar e encontrar o sentido da sua vida é perfeitamente possível e que há várias ferramentas, maneiras e métodos. Encontrar ou criar e pavimentar essa estrada sem ajuda é mais difícil e demorado.  

Quando eu começo a construir o novo eu que eu desejo ser

Depois que escolhemos virar a chave o caminho da mudança é gradativo. Pode parecer longo e muitas vezes sentimos que avançamos e retrocedemos o tempo todo. Dói. Especialmente quando esperamos apenas melhoras. O caos precede a ordem. A dor precede a cura. A casa suja e bagunçada precede a finalização de uma obra ou reforma.

Não podemos temer olhar para nós mesmos. Há muitas coisas que consideramos “sujas” dentro de nós. Até percebermos que na verdade elas só estão apontando algo. E que o sentido desse algo vai depender do que resolvemos fazer com elas de agora em diante.

Sempre podemos escolher fazer algo bom com nossas experiências. Então elas se tornam aprendizados. Também é fato que nunca vamos descobrir como ajudar os outros sem antes olhar para nós mesmos e ajudar a nós mesmos.

Novamente, não se dá o que não se tem para dar. E dependendo da vida que tivemos precisamos escolher conscientemente criar e desenvolver em nós o suporte mental, emocional e físico necessário para nos amparar nos momentos desafiadores. Autoapoio, autoacolhimento, autocuidado.    

E a partir do momento que eu começo a olhar para mim mesma, para os meus talentos, gostos, habilidades, desafios, desgostos e dificuldades eu começo a retomar a certeza sobre o que eu me proponho a viver e fazer nessa existência.

Então passo a agir e a construir essa certeza no mundo físico e material. Diariamente. E entre altos e baixos vou vivendo e seguindo aquilo que propus à mim mesma. Vou conhecendo e adicionando um elemento novo aqui e ali quando sinto que faz sentido. E assim vou reformulando quem eu sou.

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